Os efeitos nocivos à dignidade humana provocados pela desigualdade extrema

Abstract

A desigualdade extrema é um fenômeno que acompanha a humanidade desde os tempos primitivos. Não há como se falar em uma causa única de surgimento do fenômeno, principalmente pelos desdobramentos que esta teve ao longo dos anos. Suas ramificações são inúmeras, mas as consequências vistas na grande maioria dos casos podem ser resumidas na exclusão social e na dignidade humana ferida. A partir do momento em que determinada pessoa é excluída das relações sociais por características que lhe são inerentes, ou por seu posicionamento sobre determinado tema, seu direito à sociabilidade é ferido e com isso o próprio desenvolvimento fica limitado. Diante de confrontos sociais diários, vistos na sociedade, e de uma crise valorativa visível, questiona-se para onde foram a alteridade do ser humano, sua concepção de justiça e até onde as consequências serão sentidas por todos sem que algo seja de fato realizado e concretizado. Como aceitar que, dentro da mesma realidade social, exista grande discussão sobre os direitos humanos e significativa parcela da sociedade excluindo todos aqueles considerados diferentes. Mesmo que existam medidas governamentais para amenizar os efeitos da exclusão, como são as ações afirmativas, muito deve se fazer ainda para se mudar o sentimento de coisificação e descarte em relação ao considerado desigual. Dentro de uma sociedade multicultural e de pluralidades, que se mostra aberta para diversos avanços, o cuidado com o outro, a inclusão e a aceitação tornaram-se temas de difícil consideração por alguns. Uma sociedade que demonstra ser extremamente avançada em determinados aspectos ainda se faz retrógrada quanto aos efeitos da desigualdade extrema. A evolução começa de maneira valorativa, para só depois se mostrar no plano concreto.