MUDANÇA(S) DE HÁBITO(S): A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES RELIGIOSAS NOS MOVIMENTOS SOCIAIS EM JOINVILLE

Abstract

Ao problematizar questões sobre a vida religiosa feminina em Joinville, verificou-se que, a partir das necessidades da população, e também da Igreja Católica, muitas religiosas, fora dos conventos e inseridas na comunidade, uniram-se para assumir práticas e ações sociais direcionadas aos mais necessitados. As alterações sofridas pela Igreja na década de 1960 modificaram a vida destas mulheres, que passaram a buscar profissionalização, formação e ampliação do campo de atuação, marcando uma nova fase: a inserção das religiosas nos “meios populares”. Impôs-se uma consciência de que, em uma sociedade injusta e desigual, necessitava-se essa presença nos movimentos sociais ou organismos civis em função da inclusão social e da superação das violências, articulada em pastorais nas comunidades eclesiais e paróquias ou dioceses. Assim, muitas comunidades religiosas femininas inseridas nas periferias das metrópoles e áreas rurais isoladas, passaram também a enfrentar condições precárias em nome da libertação dos pobres, recriando a experiência da inserção como compromisso de transformação da sociedade. Em Joinville, estas mulheres inseridas nos “espaços populares” desenvolveram, a partir da década supracitada, um trabalho significativo, representando uma mudança nas suas práticas e experiências. Pensando sobre as mulheres religiosas e as transformações ocorridas na suas vidas, atentando-se à perspectiva da categoria de gênero na análise histórica, pretende-se problematizar, com o aporte da metodologia da História Oral, memórias e narrativas de religiosas em diferentes espaços e períodos, vivenciadas em Joinville, positivando olhares sobre estas experiências e contribuindo com os estudos de gênero na religião.