Promoção em saúde bucal intercultural para povos indígenas

Abstract

Os povos indígenas representam uma minoria étnica, sendo considerados grupo de grande vulnerabilidade, mesmo tendo seus direitos garantidos pela Constituição de 1988. Estudos apontam para uma insatisfação por esses povos com o modelo atual de saúde, relatando situações de etnocentrismo e preconceito. Pensar em promoção de saúde para esses povos se faz necessário à compreensão da profundidade e imensidão que o “ser” índio representa, e aqueles que são definidos como tal. Ribeiro (1957) utiliza da seguinte definição: [...] aquela parcela da população brasileira que apresenta problemas de inadaptação à sociedade brasileira, motivados pela conservação de costumes, hábitos ou meras lealdades que a vinculam a uma tradição pré-colombiana. Ou, ainda mais amplamente: índio é todo o indivíduo reconhecido como membro por uma comunidade pré-colombiana que se identifica etnicamente diversa da nacional e é considerada indígena pela população brasileira com quem está em contato. O presente estudo tem por objetivo realizar uma revisão de literatura sobre aspectos antropológicos na abordagem da promoção em saúde para os povos indígenas. Para promover saúde é necessário “repensar o modelo de assistência praticado, priorizando os atos cuidadores e a autonomia dos sujeitos”. Sobre-estendendo assim, tal conceito para além de apenas conhecimento da singularidade desses povos, mas buscando empoderá-los individualmente e comunitariamente de forma humanizada e adequada aos seus padrões culturais e religiosos.