EFEITOS DE SUBSTÂNCIAS NATURAIS EXTRAÍDAS DA PALHADA DE Pennisetum glaucum (L.) R. Brown SOBRE O DESENVOLVIMENTO INICIAL E O METABOLISMO ENERGÉTICO DE PLANTAS DANINHAS

Abstract

Plantas utilizadas como culturas de cobertura de solo podem reduzir a emergência de plantas daninhas por meio de substâncias químicas liberadas de suas palhadas. Neste trabalho foi testado o potencial herbicida da palhada de Pennisetum glaucum sobre plantas daninhas (Amaranthus hybridus, Bidens pilosa, Digitaria horizontalis,Euphorbia heterophylla, Ipomoea grandifolia e Urochloa decumbens). As substâncias foram particionadas em extrato bruto (EB) e frações: hexano (FH), diclorometano (FD), acetato de etila (FAE) e butanol (FB). Para identificar as substâncias mais ativas, os efeitos do extrato e das frações do P.glaucum(500 μgmL-1)foram avaliados sobre a germinação e o desenvolvimento inicial das plantas.A respiração de ápices radiculares foi avaliada por polarografia. A FD e a FAE de P. glaucum foram as frações mais ativas. Ambas inibiram a germinação de A. hybridus,mas não a das outras espécies. Por outro lado, o desenvolvimento inicial da maioria das plantas daninhas foi inibido. As espécies mais sensíveis foram a U.decumbens e a I.grandifolia seguidas por B. pilosa e E. heterophylla. A D. horizontalisfoi a mais resistente. Os resultados permitiram concluir que a palhada de P. glaucum possui substâncias com atividade tóxica sobre as plantas daninhas e que a sensibilidade das espécies estudadas foi variável, não havendo uma correlação direta com a classe das mesmas (mono- ou eudicotiledôneas). Uma interferência sobre o metabolismo energético é, possivelmente, um dos modos de ação da FAE de P.glaucum, como sugerido pela inibição causada na via citocromo- oxidase de ápices radiculares de I.grandifolia.