A TRANSGERACIONALIDADE DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO: REPERCUSSÕES NA SAÚDE MATERNO-INFANTIL

Abstract

A conjugalidade pode configurar-se em oportunidade para a transformação subjetiva de cada parceiro ou pode reproduzir os padrões familiares de comportamento e de dinâmica conjugal da família de origem. A família, por ser considerada como matriz para a formação da personalidade da criança, fornece o legado familiar transmitido de pais e mães para filhos por meio de valores, crenças e modelos relacionais, fenômeno entendido como transgeracionalidade. Nesse sentido, a compreensão da dinâmica familiar é fundamental para conhecer as gerações anteriores e também para entender como caracteriza-se a dinâmica familiar da geração atual. Portanto, o relacionamento familiar é influenciado tanto pelas vivências dos cônjuges na família de origem quanto pelo contexto atual em que estão inseridos. O objetivo da presente pesquisa é investigar a percepção da conjugalidade e da paternidade, assim como as relações familiares, na infância e adolescência, de homens autores de violência de gênero, sentenciados pela Juíza Titular da 5ª Vara Criminal, especializada em Violência Doméstica, da Comarca de Maringá – PR. Trata-se de estudo descritivo e qualitativo. A amostra será composta por 10 homens autores de violência de gênero, residentes e domiciliados na cidade de Maringá – PR, que estão sendo acompanhados pelo Programa Patronado. Após concordarem em participar do estudo e assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido será realizada entrevista semiestruturada com questões referentes a história de vida do agressor. O presente trabalho, ao analisar as repercussões da história de vida desses homens sobre as relações familiares fornecerá dados para a compreensão do fenômeno transgeracional da violência intrafamiliar e de gênero, propiciando a elaboração de ações voltadas para a diminuição dos casos de violência e a promoção da saúde.