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http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/11777
Tipo: | Artigo de Evento |
Título: | SAÚDE MENTAL E USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NA ADOLESCÊNCIA: UM ESTUDO DE CASO |
Autor(es): | Ferreira, Yasmine Silva Ferret, Jhainieiry Cordeiro Famelli Ferri, Francieli Cristina de Souza |
Resumo: | O uso de substâncias psicoativas na adolescência é um problema crescente, com impactos significativos na saúde mental. Alterações cerebrais e aumento do risco de dependência são preocupações centrais. Embora a relação entre consumo de drogas e saúde mental seja bem documentada em adultos, há uma lacuna no entendimento sobre adolescentes. Este estudo de caso examina uma jovem do Paraná para identificar fatores emocionais e contextuais que influenciam o uso de álcool e outras drogas. A compreensão desses fatores é crucial para desenvolver estratégias de prevenção e intervenção eficazes, promovendo um desenvolvimento saudável e reduzindo riscos futuros. Objetivo: O objetivo deste estudo de caso é identificar os fatores de saúde mental que influenciam o uso de álcool e outras drogas em uma adolescente no Paraná. Especificamente, busca-se caracterizar os contextos socioeconômicos associados ao consumo de álcool, avaliar as características de saúde mental (ansiedade, depressão e estresse) e identificar os fatores emocionais que impactam esse comportamento. Metodologia: A pesquisa utiliza uma abordagem mista, qualitativa e quantitativa, focada em um estudo de caso de uma adolescente assistida pelo Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi) no Paraná. Inicialmente, realizou-se uma revisão da literatura para fundamentar o estudo. Em seguida, foi obtida autorização da Secretaria de Saúde para acessar o Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi). Posteriormente, o projeto de pesquisa foi submetido à avaliação e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Unicesumar tendo o parecer nº 6.661.758. A pesquisa de campo incluiu observação participante em dois grupos de adolescentes do CAPSi. A adolescente e seu responsável foram informados sobre a pesquisa e autorizaram a participação por meio dos Termos de Consentimento e Assentimento Livre e Esclarecido. Uma entrevista semiestruturada e a aplicação da Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse para Adolescentes (EDAE-A) foram realizadas no CAPSi. Os dados qualitativos foram analisados por meio de técnicas de análise de conteúdo, identificando padrões e temas sobre os fatores emocionais e contextos socioeconômicos relacionados ao uso de substâncias. A EDAE-A, adaptada para adolescentes brasileiros, foi utilizada permitindo uma compreensão em relação à depressão, ansiedade e estresse na adolescente. Resultados: A adolescente, identificada como Maria (nome fictício) de 17 anos, apresentou uma história de vida marcada por dificuldades emocionais e contextos socioeconômicos adversos. Ela vive em uma situação familiar instável, com pais separados e sem contato com a mãe há mais de um ano. Atualmente, reside com o namorado devido à gravidez, e ambos compartilham recursos limitados, como um celular e falta de atividades extracurriculares. A análise dos resultados da Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse para Adolescentes (EDAE-A) indicou níveis severos de depressão (26) e de estresse (32), e extremamente severo de ansiedade (22). Maria relatou que seu primeiro contato com substâncias ocorreu aos 12 anos, começando com álcool em eventos sociais, influenciada pela pressão dos amigos e a necessidade de aceitação social. Nesse período, sua mãe saiu de casa; além disso, ela dividia o quarto com a irmã enquanto morava com o pai, o que a impedia de ter privacidade. Com a saída da sua mãe de casa a situação familiar tornou-se ainda mais tumultuada, contribuindo para a vulnerabilidade emocional dela. Aos 14 anos, começou a usar maconha diariamente, além de outras substâncias como cigarro, ecstasy (termo utilizado pela participante: 'bala') e LSD (dietilamida do ácido lisérgico) em festas e raves. O uso dessas substâncias proporcionava um alívio temporário das dificuldades emocionais e do estresse, mas também trouxe consequências negativas, como confrontos com a polícia e o afastamento da família, o que resultou em sua ausência por dois meses, período em que foi considerada desaparecida. A pesquisa revelou que a falta de um ambiente familiar estável e de apoio emocional adequado contribuiu significativamente para o uso de substâncias. A separação dos pais e a ausência da mãe aumentaram sua vulnerabilidade emocional, levando-a a buscar aceitação e alívio em substâncias psicoativas. Além disso, a ausência de atividades extracurriculares e de uma rede de apoio social intensificou os desafios emocionais enfrentados pela adolescente. Apesar disso, ela reconhecia os riscos associados ao consumo de álcool e drogas e relatou experiências negativas significativas decorrentes desse comportamento. Também expressou que, se tivesse a oportunidade de reconsiderar suas escolhas, não teria iniciado o uso de substâncias. Decidiu parar ao perceber os impactos negativos que seu comportamento causava em seu pai e ao iniciar um relacionamento que, segundo suas próprias palavras, a afastou das 'más influências', além de descobrir que estava grávida. Considerações Finais: Os resultados demonstram uma complexa interação de fatores emocionais, socioeconômicos e contextuais que influenciam seu comportamento. Maria, enfrenta um quadro de estresse, ansiedade e depressão severos, exacerbado por um contexto familiar instável e condições socioeconômicas adversas. A análise confirma que a falta de apoio familiar, a pressão social e o estresse diário são fatores significativos que contribuem para o uso de substâncias. O comportamento de Maria está alinhado com a literatura existente, que indica que a aceitação social e a busca por alívio dos problemas são motivadores chave para o uso de drogas entre adolescentes. Além disso, a gravidez adicionou uma nova dimensão ao seu quadro, sugerindo que as necessidades e desafios enfrentados por adolescentes grávidas devem ser considerados nas estratégias de intervenção. As implicações dos resultados destacam a necessidade de abordagens integradas que considerem tanto os fatores emocionais quanto os socioeconômicos. Programas de apoio que abordem essas questões são essenciais para a eficácia das intervenções. Futuras pesquisas devem explorar como a gravidez e outros fatores contextuais impactam a saúde mental e o uso de substâncias em adolescentes, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes e direcionadas. Contudo, o estudo apresenta uma limitação significativa por ser baseado em uma amostra única, o que pode restringir a aplicabilidade dos achados a outros contextos. |
Palavras-chave: | Adolescência Saúde mental Uso de substâncias Fatores emocionais Contexto socioeconômico |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | UNIVERSIDADE CESUMAR |
Sigla da Instituição: | UNICESUMAR |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/11777 |
Data do documento: | 24-Mar-2025 |
Aparece nas coleções: | XII Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica e V Mostra Interna de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação |
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Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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905680.pdf | Trabalho apresentado na XII Mostra Interna de Iniciação Científica e V Mostra Interna de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (28 a 31 de outubro de 2024) | 71.95 kB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
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