EVENTOS Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica XII Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica e V Mostra Interna de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação
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Tipo: Artigo de Evento
Título: FILOSOFIA EXISTENCIALISTA E TROPICALISMO NA IDENTIDADE DO SUJEITO BRASILEIRO PÓS-MODERNO
Autor(es): Moleta, Alessandro de Cristo
Resumo: Manifestações artísticas são expressões culturais de um povo que ajudam a construir a sua identidade, e de maneira ampla, a sua identidade nacional. Quando da entrada do Brasil na pós-modernidade, boa parte de artistas e intelectuais brasileiros visavam superar o nosso subdesenvolvimento em suas relações com a arte. A Tropicália (importante movimento artístico brasileiro entre 1967 e 1968, influenciado pela filosofia existencialista) experimentava refletir sobre tal através de suas obras, éticas e estéticas, em seus diálogos com o Brasil-nação e suas idiossincrasias, e disso para com o mundo. Objetivo: O objetivo do presente artigo é justamente o de buscar compreender sobre a formação da identidade nacional brasileira pós-moderna; especificamente, sobre a contribuição do movimento filosófico existencialista em sua relação na cultura brasileira através do tropicalismo. Metodologia: Quanto à abordagem de pesquisa, o presente artigo pode ser classificado como pesquisa qualitativa, pois visa compreender e explicar um fenômeno sociocultural através de interpretações subjetivas e indutivas feitas a partir de registros descritivos que contextualizam o fenômeno. A natureza da pesquisa é básica no sentido de que está no campo puramente bibliográfico exploratório, porém, sem deixar de apresentar caráter aplicado, pois é capaz de expandir o conhecimento sobre uma questão que afeta diversas áreas das humanidades, como a relação entre movimentos culturais e identidade nacional. Quanto ao objetivo, trata-se de pesquisa exploratória, pois procura se familiarizar em relação a um fenômeno e suas características, no entanto, sem se abster de apresentar finalidades descritiva e explicativa, visto que a sua exploração em si leva à identificação e à caracterização de fatores de certo fenômeno. Quanto aos procedimentos utilizados, encontra-se no campo da pesquisa bibliográfica. Resultados: Corroborando a importância da filosofia existencialista no tropicalismo, foram encontrados diversos fatos historiográficos desta associação, citando os filósofos existencialistas Kierkegaard, Edmund Husserl, Heidegger, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Luiz Carlos Maciel, e artistas e intelectuais tropicalistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, José Celso Martinez Corrêa, Glauber Rocha, Hélio Oiticica, Torquato Neto, etc. Na música, a poética da canção tropicalista não apenas convida a reflexões existencialistas através da semântica, mas vai além e também expressa reflexões existenciais dela própria como objeto-canção, a partir da ótica do sujeito-artista brasileiro. Nesse aspecto, há a crítica tropicalista à ideia hegemônica de canção brasileira, com reflexão e conscientização sobre o “ser-artista-brasileiro” e suas idiossincrasias, sobre seu “estar” presente e seu engajamento cultural no Brasil, escancarando os valores brasileiros com certo grau de ironia, poesia, surrealismo e um toque kitsch. Os jovens tropicalistas propuseram uma revolução muito mais abrangente do que meramente estética, pois questões existenciais subjetivas na Tropicália eram tão importantes quanto questões mundanas (econômicas, sociais e políticas). Há também conceitos existencialistas no tropicalismo em relação ao posicionamento de si como um espelho do mundo, para o real, para o presente. O ato da linguagem através da música como uma ação de liberdade e engajamento do “ser” frente à existência. A música como um objeto/veículo de exteriorização da consciência. O compositor tropicalista realiza análises existencialistas da realidade da situação da humanidade na civilização pós moderna e seus dilemas, no que concerne às questões éticas que a ciência e a tecnologia infringiam à humanidade. A Tropicália é também lembrada como marco cultural histórico que dá início ao pós-modernismo brasileiro. Havia, por parte dos tropicalistas, na abertura antropofágica para a cultura internacional, uma vontade de retorno à procura da real identidade nacional, perdida dentre comparações com a cultura europeia e norte-americana. Ao aceitar e representar de maneira atemporal e revitalizada o hibridismo cultural brasileiro, a Tropicália quebrou o paradigma clichê de que música brasileira se limitava a samba ou bossa nova, sem deixar de venerá los, o que libertou a MPB (música popular brasileira) para novos e promissores caminhos. Considerações Finais: Para o presente artigo, estabeleceu-se o mote da pesquisa bibliográfica na investigação por evidências da presença da filosofia existencialista no movimento Tropicália, e suas consequências sobre a cultura brasileira. Portanto, houve o esclarecimento de conceitos fundamentais da temática, e por conseguinte, o aprofundamento das fontes bibliográficas, das quais foram filtrados os objetos de pesquisa. Isto posto, concluiu-se que o tropicalismo leva em seu DNA a filosofia existencialista, não apenas como inspiração filosófica para sua arte, mas como parte de sua conduta, como uma forma de ver o mundo e se colocar nele, um “jeito de ser” frente às condições do “existir”. Isto é, o “ser” tropicalista é um “ser” existencialista cujas características fazem parte do sujeito brasileiro pós moderno, com todas as suas idiossincrasias, multiculturalidades, hibridismos e sincretismos. Se o tropicalismo é um marco da brasilidade pós-moderna, podemos afirmar que, por consequência e através do tropicalismo, a filosofia existencialista demonstra relevância preponderante na construção da identidade do sujeito brasileiro pós-moderno.
Palavras-chave: Tropicalismo
Existencialismo
Brasil
Cultura
Arte
Idioma: por
País: Brasil
Editor: UNIVERSIDADE CESUMAR
Sigla da Instituição: UNICESUMAR
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/11517
Data do documento: 4-Fev-2025
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