EVENTOS Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica XII Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica e V Mostra Interna de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação
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Tipo: Artigo de Evento
Título: ECOTOXICIDADE DO FOTOPROTETOR 4-METHYL BENZYLIDENE CAMPHOR (4-MBC): REVISÃO DE LITERATURA
Autor(es): Tormem, Gustavo Ribeiro da Silva
Da Cruz, Brenda Higashi
Emanuelli, Isabele Picada
Resumo: Os protetores solares são soluções tópicas, com um ou mais componentes que realizam a filtragem, bloqueio, absorção, dispersão ou refletem a luz ultravioleta (UV), comumente usados para prevenir e retardar o surgimento de neoplasias e envelhecimento, causados principalmente pelos danos ao material genético decorrente das luzes UV-A e UV-B, sendo a UV-C de pouco impacto por não atravessar a atmosfera. Atualmente, tais cosméticos são compostos substancialmente por filtros UV de princípio ativo químico, que atua na absorção da radiação e conversão em energia térmica sendo, em sua maioria, lipossolúveis e transparentes, que têm maior sucesso de mercado e maior aceitabilidade quando comparado aos agentes físicos. Dentre as possíveis causas da deposição destes compostos no ecossistema marinho, podem decorrer do uso de cosméticos contendo fotoprotetores seguido de atividades recreativas na água, lavagem das roupas após o uso, além de banhos com possíveis produtos contendo filtros UV. Em virtude de o tratamento de águas residuais serem projetados, em base, para o manejo de compostos orgânicos e não de micropoluentes, há uma eliminação incompleta de tais resíduos, podendo levar a consequências ecotoxicológicas. Comprovadamente, a toxicidade dos filtros UV no ambiente marinho se estende sobre o branqueamento dos corais, de zooplâncton crustáceos, anfípodes, moluscos bivalves, algas, bactérias, animais da classe Echinoidea, e de algumas espécies de peixes. Por consequência, os filtros UV octinoxato (OMC) e oxybenzone (BP-3) são banidos, por seus efeitos contaminantes ambientais, no estado do Hawaii e na cidade de Key West, do estado da Flórida. Adicionalmente, entre os resíduos micropoluentes originários dos protetores solares, ou produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes em geral, é possível citar o 4- METHYL BENZYLIDENE CAMPHOR (4-MBC), permitido para o uso pela RDC Nº 69, de 23 de março de 2016, que dispõe o regulamento técnico para o uso de filtros UV em cosméticos. Em pesquisas com diferentes animais e linhas celulares humanas, o 4-MBC foi comumente associado a condições disruptivas endócrinas, dentre elas: a interação, competição e dessensibilização dos genes de receptores hormonais estrogênicos, alteração na expressão de proteínas relacionadas a sítios receptores, indução de apoptose e inibição de proliferação celular em linhas celulares de trofoblastos, levando a consequências na formação da placenta e sobrevivência embrionária, ativação da cascata de inflamação por modulação de macrófagos, desregulações hormonais na síntese de testosterona e de TSH, T3 e T4, entre outras alterações respectivas a taxas de fertilidade e de mortalidade, más-formações e anormalidades morfológicas de embriões. Em relação a suas consequências ecotoxicológicas à biodiversidade, a contaminação ambiental do 4-MBC se dá por meio de bioacumulação em corpos d’água e organismos vivos, decorrente da característica de ser uma molécula quimicamente estável e lipofílica. Estudos comprovam resultados positivos para sua presença em sistemas aquáticos de diversos países, assim como em variadas espécies de peixes, mariscos, moluscos bivalves e presente no leite materno humano. Por seus efeitos disruptivos hormonais, o 4-MBC é considerado um fator de importância quando somado a outros estressantes ambientais, incluindo poluentes e mudanças climáticas, sendo, ainda, acentuado por variações de salinidade e aquecimento da água, ambas consequências de atividades antropogênicas e do desenvolvimento industrial. Para a avaliação dos ecossistemas costeiros e ecotoxicidade, moluscos bivalves são considerados como bons bioindicadores, comumente utilizados em pesquisas, por ser um animal filtrador e de baixa habilidade de metabolização de compostos contaminantes, resultando no acúmulo das substâncias tóxicas em seus tecidos. Consequentemente, o impacto dos componentes sobre as diferentes populações de mexilhões pode ser associado a outras espécies, em efeito cascata, realçando os riscos para a vida marinha, do ecossistema litoral, e o impacto sobre a biodiversidade em contexto geral de espécies e repercussão ambiental. Por fim, apesar de possuir algumas informações, ainda permanece uma lacuna de conhecimento quanto ao mecanismo de ação do filtro UV 4-MBC e sua influência no sistema endócrino, reprodutivo e metabólico. Esse problema é acentuado pela ausência de uma revisão de literatura acerca do tema proposto, o que facilitaria a análise dos estudos prévios e prováveis correlações com seus efeitos de ecotoxicidade e impactos sobre a biodiversidade. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática da compreensão atual da ecotoxicidade do composto 4-MBC sobre o ecossistema aquático e sua biodiversidade, analisando seus efeitos endócrinos, reprodutores e metabólicos nas espécies de organismos aquáticos vítimas de sua bioacumulação. Essa será uma pesquisa feita de maneira sistemática e ordenada com base no referencial teórico que buscará proporcionar uma síntese de múltiplos estudos experimentais publicados que facilitem o entendimento do tema. Metodologia: Uma abordagem estruturada de busca de literatura será utilizada para identificar estudos publicados relatando a ecotoxicidade do fotoprotetor 4-MBC. A base dados utilizada será o PubMed, Elsevier e Google Acadêmico. Os termos de busca selecionados e aplicados na pesquisa serão: “ecotoxicity”, “4-METHYL BENZYLIDENE CAMPHOR”, “4-MBC”. Os textos completos dos artigos publicados serão selecionados para inclusão. Os critérios de inclusão serão: os estudos publicados apenas na língua inglesa, entre 2000 e 2024, priorizando estudos experimentais que estudem a ecotoxicidade do componente sob o sistema aquático (in vivo, in vitro e em qualquer espécie animal). Será adotado o critério de exclusão, através da subtração de relatos de caso, artigos enviesados e de irrelevância. Dados dos artigos selecionados serão triados e será feito um julgamento criterioso da eligibilidade dos mesmos. Após isso, os dados serão organizados por temas e, só então, analisados. O relatório dessa revisão sistemática seguirá as recomendações da Declaração PRISMA 2020, que envolve um checklist contendo 27 itens que devem ser seguidos a fim de obter uma revisão mais transparente, completa e precisa, facilitando assim a tomada de decisão baseada em evidências. Resultados Esperados: Espera-se, com a execução desse projeto, compreender o impacto do composto 4-MBC sobre o sistema aquático e os efeitos associados à sua bioacumulação. Almeja-se contribuir com a promoção da biodiversidade, bem como assegurar a conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável, mais especificamente relativas à vida marinha e relacionadas a ação do fotoprotetor 4-MBC como micropoluente e sua ecotoxicidade, especificando sua ação desreguladora endócrina, reprodutiva e metabólica em organismos aquáticos.
Palavras-chave: Bioacumulação
Fotoprotetores
Micropoluentes
Idioma: por
País: Brasil
Editor: UNIVERSIDADE CESUMAR
Sigla da Instituição: UNICESUMAR
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/11458
Data do documento: 31-Jan-2025
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