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http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/11359
Tipo: | Artigo de Evento |
Título: | AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DO USO DE PROBIÓTICOS NO TRATAMENTO DE DOENÇAS INFECCIOSAS BACTERIANAS |
Autor(es): | Gomes, Natalya Picheictt Carvalho Olchanheski, Luiz Ricardo |
Resumo: | Atualmente, a taxa de doenças infecciosas relacionadas à população mundial vem aumentando, principalmente quanto a seleção de microrganismos multirresistentes a antimicrobianos. O uso inadequado de antimicrobianos permite a seleção de cepas resistentes, tornando os fármacos disponíveis no mercado menos eficazes ao tratamento de doenças infecciosas. O tema de multirresistência microbiana é de interesse público e privado, uma vez que tem conexão direta com a saúde pública e com a economia. Portanto, o tratamento desta classe de bactérias resistentes se concentra na estratégia de tratamento com antibióticos. Os probióticos são classificados como organismos vivos, que beneficiam a saúde quando ingeridos em quantidades adequadas. O estudo dos probióticos é recente e logo está em constante aprimoramento. Os probióticos usados em alimentos, fornecidos como suplemento ou como componentes ativos de um fármaco, não devem apenas ser capazes de sobreviver à passagem pelo trato digestivo, mas também devem ter a capacidade de proliferar e ser benéfico a microbiota intestinal. A literatura recente tem demonstrado que um dos mecanismos de ação dos probióticos envolve a estimulação do sistema imunológico, ou seja, podem atuar no tratamento de doenças infecciosas. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi investigar a possibilidade do tratamento direto para doenças infecciosas bacterianas mediada pelas cepas de probióticos. Metodologia: As linhagens bacterianas utilizadas forram padrão ATCC, disponibilizadas pelo laboratório de Ecologia Microbiana da UEPG. As cepas bacterianas de importância clínica forram obtidas a partir de um laboratório de análises clínicas da cidade de Ponta Grossa - PR. Já as cepas de probióticos utilizadas foram: Lactobacillus acidophilus, L. helveticus, Bifidobacterium bifido, Bifidobacterium infantis e Bifidobacterium longum. As cepas foram estocadas em glicerol 60% e mantidas em frezer -20°C no laboratório de microbiologia da UniCesumar – Ponta Grossa. As cepas probióticas foram crescidas em Ágar MRS durante 24 horas à 30°C, e as cepas bacterianas obtidas de isolados clínicos foram crescidas também em ágar MRS durante 24 horas à 30°C a fim de verificar a capacidade de crescimento em temperatura de 30°C e com o meio de cultura restrito ao crescimento das cepas probióticas. Posteriormente, os isolados clínicos foram diluídos em solução salina 0,9%, até atingir a turbidez equivalente ao tubo 0,5 da escala de MacFarland, e foram inoculadas em ágar MRS com o auxílio de um swab. As cepas probióticas foram incoladas na forma de linhas com o auxílio de uma agulha de inóculo, sobre os isolados clínicos previamente inoculados, e fim de se obter um contato direto entre os isolados clínicos e as cepas probióticas. As placas forma incubadas durante 24 horas à 30°C. Após o período de incubação, a capacidade de produção de metabólitos secundários com potencial antimicrobiano produzido pelas cepas probióticas foram verificados pela formação de halos de inibição. Resultados: Todos os isolados clínicos apresentaram a capacidade de crescimento em ágar MRS à 30°C, possibilitando a realização dos ensaios de contato direto entre isolados clínicos e probióticos (visto que os probióticos apresentam capacidade de crescimento apenas em ágar MRS). Pode-se observar que cada probiótico exibiu atividade inibitória única, sugerindo uma possível diversidade funcional entre essas cepas. L. acidophilus revelou capacidade de inibir o crescimento de E. faecalis, S. liquefaciens, P. mirabilis e S. enterica. Esses achados estão alinhados com estudos anteriores que destacaram a produção de ácidos graxos de cadeia curta pelo L. acidophilus como um fator-chave na supressão de diversos patógenos. Este mecanismo pode ser crucial para a capacidade do L. acidophilus de criar um ambiente desfavorável para o desenvolvimento bacteriano. L. helveticus, por sua vez, demonstrou eficácia antibacteriana contra S. liquefaciens, P. mirabilis e S. enterica. L. helveticus foi descrito com a capacidade de modular a resposta imunológica do hospedeiro. A resposta imunomoduladora pode desempenhar um papel significativo na resistência contra infecções bacterianas, indicando o potencial terapêutico do L. helveticus. Porém não foram encontrados relatos que indiquem a capacidade antibacteriana direta de L. helveticus, sendo este o primeiro relato. Este fato pode indicar que avaliar a produção de metabólitos secundários desta cepa pode ser promissora, visto ser uma fonte de moléculas ainda não exploradas, e principalmente por apresentar resultados favoráveis neste ensaio. A cepa bacteriana B. bifidum apresentou atividade antibacteriana frente a S. liquefaciens, P. mirabilis, S. aureus e S. enterica. Mecanismos como a competição por nutrientes e a produção de substâncias antimicrobianas podem contribuir para essa ação multifacetada do B. bifidum. Por se tratar de uma espécie bacteriana já relatada como pertencente a microbiota intestinal de humanos, o enriquecimento desta cepa pode ser funcional contra doenças infecciosas intestinais. Já B. longum destacou-se pela sua atividade antibacteriana contra E. faecalis, S. liquefaciens, P. mirabilis e S. enterica. Esses mecanismos podem desempenhar um papel crítico na preservação da homeostase microbiana no trato gastrointestinal. Desta forma, pode-se indicar que B. longum proporcione vantagens frente a doenças infecciosas intestinais por indicar uma ação direta antibacteriana (como a inibição de S. enterica) pelo uso de bacteriocida, além de permitir uma intervenção de modulação da microbiota nativa intestinal. Essas descobertas oferecem dados relevantes para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas baseadas em probióticos, destacando a importância de considerar a diversidade funcional desses microrganismos na abordagem da resistência bacteriana. Considerações Finais: Com o intuito de contribuir para os avanços do tratamento de doenças infecciosas bacterianas, os resultados obtidos neste trabalho determinaram que as cepas probióticas apresentaram um elevado potencial antibacteriano, indicando a possibilidade de tratamentos a doenças infecciosas com a diminuição do uso da antibioticoterapia. Adicionalmente, foi possível indicar qual cepas probióticas podem ser testadas para cada grupo bacteriano. Análises de metabólitos secundários produzidos pelos probióticos podem ser realizados a fim de determinar o potencial terapêutico, ou futuros estudos sobre evidências epigenéticas. |
Palavras-chave: | Multirresistência Antibióticos Antimicrobianos Microbiota intestinal Diversidade bacteriana intestinal |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | UNIVERSIDADE CESUMAR |
Sigla da Instituição: | UNICESUMAR |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/11359 |
Data do documento: | 29-Jan-2025 |
Aparece nas coleções: | XII Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica e V Mostra Interna de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação |
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Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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905728.pdf | Trabalho apresentado na XII Mostra Interna de Iniciação Científica e V Mostra Interna de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (28 a 31 de outubro de 2024) | 123.6 kB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
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