EVENTOS Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica XII Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica e V Mostra Interna de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação
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Tipo: Artigo de Evento
Título: ANÁLISE DA ATIVIDADE ANTINEOPLÁSICA DAS ESPÉCIES DE ARTEMISIA EM DIFERENTES NEOPLASIAS: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Autor(es): Koshikumo, Andressa Akiko
Friedrich, Maria Cecília Lopes
Do Amaral, Valéria
Resumo: O câncer é considerado um dos principais problemas de saúde pública e uma das maiores causas de morte no mundo. O tratamento convencional inclui quimioterapia, radioterapia, cirurgia e transplante de medula óssea, demandando muitos recursos humanos, tecnológicos e financeiros. Terapias complementares, como a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), oferecem apoio adicional aos pacientes oncológicos devido ao baixo custo e alta aceitação pela população brasileira. A MTC utiliza plantas medicinais, como do gênero Artemisia, conhecidas por suas propriedades bioativas. Estudos demonstram que espécies do gênero Artemisia possuem diversas atividades farmacológicas, incluindo ações antimaláricas, antimicrobianas, anti-inflamatórias e anticancerígenas, tornando-se uma droga vegetal de interesse terapêutico antineoplásico. Objetivo: Constatar na literatura estudos que comprovem os efeitos antineoplásicos das espécies de Artemisia em diferentes neoplasias. Metodologia: Este estudo utilizou uma abordagem de Revisão Integrativa de Literatura. Foram selecionados artigos de interesse nas bases de dados PubMed, Web of Science e Science Direct utilizando o operador booleano AND e a combinação das palavras-chaves e descritores: artemisia AND neoplasms; artemisia AND carcinoma; absinthium AND neoplasms; absinthium AND carcinoma. Foram incluídos artigos publicados no período de janeiro de 2012 a setembro de 2022, nos idiomas português, inglês e espanhol, estudos in vitro e in vivo em seres humanos e animais, artigos com acesso livre e não pagos. Foram excluídos artigos com metodologia de revisão, com repetição nas bases de dados, textos apenas com resumo, pagos, em outros idiomas que não selecionados para o estudo, publicados anteriormente ao ano de 2012, realizados exclusivamente in vitro e aqueles que não responderam à pergunta norteadora. Diante do número de artigos selecionados, foi realizada a avaliação da metodologia do estudo, procedência, título do artigo e periódico publicado, ano de publicação, idioma e país de financiamento do estudo. Em uma segunda etapa, foi realizada a caracterização do estudo, incluindo o tipo de câncer estudado, espécie e/ou princípio ativo de Artemisia envolvidos, efeitos antineoplásicos encontrados, via de administração, posologia e resultados principais. Realizou-se a interpretação dos dados, agrupamento e categorização de informações concordantes e conflitantes dos estudos. Resultados: Identificaram-se 2.389 estudos utilizando-se a combinação do operador booleano e palavras-chaves. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 69 estudos foram selecionados para avaliação do texto completo, dos quais 25 que atenderam aos critérios para responder à pergunta principal do estudo. Todos os artigos foram publicados na língua inglesa. Quanto à metodologia, 80% dos artigos foram realizados com experimentos in vitro e in vivo e 20% apenas in vivo. O ano de maior publicação foi o de 2019, com a China liderando a pesquisa sobre o tema. Os tipos de câncer mais estudados foram hepatocelular (24%), mama (16%), renal (16%), colorretal (12%), próstata (8%) e outros. Os modelos animais mais usados foram camundongos Balb/c (64%). Um estudo foi conduzido em fases 1 e 2 com pacientes humanos. Dos tumores estudados in vivo, 76% ocorreram por implantação direta de células cancerígenas nos animais experimentais, 16% por indução com carcinógeno e 8% por tumores desenvolvidos espontaneamente. Quanto às linhagens celulares usadas in vitro, as células Caki foram as mais utilizadas (12%), seguidas por células DU-145, HCT116, MDA-MB-231, entre outras. Em relação às espécies de Artemisia estudadas, 60% dos estudos abordaram os efeitos antineoplásicos de derivados da Artemisia annua, 8% da A. capillaris, enquanto para as espécies A. princeps, A. absinthium L., A. argyi, A. judaica., A. herba alba, A. apiaceae, A. asiatica e A. vulgaris houve um estudo referente a cada uma. Os estudos indicam que A. absinthium, A. capillaris e A. apiacea promovem apoptose de células cancerígenas pela via mitocondrial. Além disso, é comprovado que os compostos da planta influenciam vias de sinalização intracelular, como inibição da via Wnt/beta-catenina e PI3K/AKT. A. judaica e A. vulgaris demonstraram potencial hepatoprotetor e redução da hepatotoxicidade. Ao comparar A. absinthium com o quimioterápico cisplatina, observou-se que ambos inibiram o crescimento tumoral de maneira semelhante. De forma similar, ao confrontar A. argyi com sorafenib, foi concluído que A. argyi apresentou menores efeitos colaterais e atividade antimetastática comparável ao quimioterápico. A. annua destacou-se por seus efeitos citotóxicos em células cancerígenas mamárias, com efeitos comparativos às drogas convencionais. No câncer renal, A. princeps, A. asiatica e A. annua L. se destacaram por sua ação antineoplásica ao regular negativamente a via AKT. No câncer colorretal, um estudo clínico foi inconclusivo ao determinar se A. annua aumentava a apoptose das células tumorais e indicou possíveis efeitos colaterais como anemia, neutropenia e náuseas. No câncer de próstata, A. capillaris atuou nos alvos moleculares da via AR-DNMT3b e STAT3. Diante do exposto, os resultados dos estudos sugerem que os compostos de Artemisia são promissores como agentes anticancerígenos complementares. Considerações Finais: Esta pesquisa inicial investiga os mecanismos antineoplásicos proporcionados pelos derivados das espécies de Artemisia, buscando estabelecer seu uso seguro e eficaz como terapia complementar nas diversas neoplasias. Assim, este estudo sistematizou a concepção do tratamento de diversos tipos de cânceres, sob a ótica das vias de sinalização, protooncogenes, principais substâncias de estresse celular, contemplados nos principais trabalhos mundiais acerca do assunto. Nossas investigações demonstraram que a utilização da fitoterapia com Artemisia pode atuar como adjuvante no tratamento oncológicos, melhorando a sobrevida e reduzindo efeitos indesejáveis do tratamento convencional. Desse modo, sugerimos o incentivo de estudos clínicos adicionais para avaliar os benefícios desses compostos em humanos, possíveis efeitos colaterais em terapias de longo prazo, bem como limitações sobre vias de administração e posologias, visando à implementação no Sistema Único de Saúde brasileiro.
Palavras-chave: Absinthium
Artemisia
Carcinoma
Neoplasms
Idioma: por
País: Brasil
Editor: UNIVERSIDADE CESUMAR
Sigla da Instituição: UNICESUMAR
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/11304
Data do documento: 27-Jan-2025
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