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http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/11229
Tipo: | Artigo de Evento |
Título: | A BANALIZAÇÃO DA SAÚDE MENTAL NA REDE SOCIAL X DURANTE O SETEMBRO AMARELO |
Autor(es): | Shiina, Tamile Barbosa Casari, Maria Eduarda Cadamuro Da Silva, Camila Cortellete Pereira Silva, Catherine Menegaldi |
Resumo: | A estigmatização e banalização da saúde mental ainda é frequente na atualidade, especialmente nas mídias sociais, o que contribui com o isolamento de pessoas com transtorno mental e na dificuldade de acesso aos serviços de saúde, bem como na baixa adesão ao tratamento farmacêutico. No entanto, as redes sociais também podem contribuir com a divulgação de informações, compartilhamento de experiências e busca por conselhos, contrapondo-se aos estigmas e possibilitando recursos que favorecem a conscientização e disseminação de informações referentes à saúde mental. Objetivo: Compreender a abordagem da estigmatização da saúde mental na rede social X (Twitter) durante o período da campanha de conscientização Setembro Amarelo por meio da análise do conteúdo dos posts relacionados a termos como suicídio, saúde mental e Setembro Amarelo. Metodologia: Neste estudo, utilizou-se o sistema de busca do aplicativo para os termos “setembro amarelo”, “saúde mental” e a hashtag "#setembroamarelo”. Os resultados foram filtrados com base na data de publicação, considerando os posts publicados entre os dias 20 a 26 de agosto e 17 a 23 de setembro, selecionando aqueles que apareciam na aba “principais”. Isso resultou em 100 posts diários, totalizando 1250 posts em agosto e 1200 em setembro. Aplicaram-se critérios de inclusão, considerando todas as postagens que apareciam na aba “principais”, e critérios de exclusão, eliminando posts que continham apenas imagens ou vídeos sem texto adicional, bem como aqueles cujo conteúdo se limitava ao uso de hashtags. A análise de conteúdo foi realizada segundo o método de Bardin (2016). Os posts que atenderam aos critérios de inclusão foram transcritos, organizados, codificados e categorizados, com a inferência dos dados feita utilizando o programa Excel 2016. Identificaram-se temas e subtemas, classificando os principais temas em “categoria A” e os subtemas relacionados em “categoria B”. A codificação transformou sistematicamente os dados brutos em unidades de análise, permitindo uma descrição detalhada das características do conteúdo textual. Resultados: A coleta de dados revelou a incidência dos principais temas abordados em agosto e setembro. Em agosto, os temas principais abordados foram: “Setembro Amarelo” (37,99%), “Saúde Mental” (25,14%) e “Famosos” (8,03%). Os subtemas relacionados incluíram conscientização, prevenção ao suicídio, apoio emocional, bem-estar, cuidados psicológicos, terapias alternativas e influenciadores discutindo saúde mental. Em setembro, o tema “Setembro Amarelo” continuou a ser o mais discutido, com uma incidência ligeiramente maior de 38,66%. O tema “Saúde Mental” teve uma incidência menor, de 15,31%. O terceiro tema mais abordado foi “Suicídio”, com 5,94% de incidência. Os subtemas incluíram conscientização, prevenção ao suicídio, apoio emocional, bem estar, cuidados psicológicos, terapias alternativas, relatos pessoais, apoio a indivíduos em risco e campanhas de prevenção. Ao comparar agosto e setembro, observou-se que a incidência do tema “Setembro Amarelo” aumentou ligeiramente de 37,99% para 38,66%, enquanto a incidência do tema “Saúde Mental” diminuiu de 25,14% para 15,31%. O terceiro tema mais discutido variou, sendo “Famosos” em agosto (8,03%) e “Suicídio” em setembro (5,94%). A partir desses resultados e seus respectivos subtemas, foi possível observar que dentro do mês de agosto os usuários demonstraram ter uma maior liberdade para expressar suas ideias utilizando-se de “memes” para referir-se a saúde mental e ao setembro amarelo, diferente de setembro em que foi possível notar que durante a campanha de conscientização, muitos indivíduos online tendem a se policiar sobre o que postam nas redes, pois este período passa a ser entendido enquanto um momento de empatia com os demais e reflexão sobre o próprio comportamento para que outros não sejam afetados, embora tenha se notado o aparecimento de comentários ácidos e que banalizaram a campanha, utilizando da mesma de maneira trivial. Assim, o que se constata entre os próprios usuários, é a percepção de que a campanha se tornou “mercantilizada” levando à uma produção de muitos conteúdos de baixa qualidade, colaborando para a banalização da mesma, pois embora sejam feitas ações de prevenção e disseminação de conteúdos informativos durante o mês, o mesmo não acontece no resto do ano, criando a sensação de que a temática foi esquecida. Além disso, foi identificado que no mês anterior à campanha houve a prevalência de posts que faziam piadas e banalizavam o suicídio, com muitos usuários utilizando-se do termo “Saúde Mental” como um sinônimo de completa paz de espírito e/ou bom humor. No entanto, foi-se observado que durante a coleta de dados os posts referentes aos subtemas como autorreflexão, conscientização e percepção individual vieram com o uso do termo “#setembroamarelo” como uma forma de relatar sua luta em relação à saúde mental, de se conectar e/ou apoiar outras pessoas que pudessem estar passando pelo mesmo, buscando acolhimento e suporte através desse compartilhamento de experiências. Isso também foi visto em perfis de celebridades que compartilharam suas experiências sobre a luta com sua saúde mental ou divulgaram a campanha de setembro amarelo, visando causar um impacto positivo na vida dos indivíduos que utilizam a rede social, ainda que houvesse algumas limitações devido a banalização ainda presente e o nível de influência e identificação que o sujeito pudesse projetar em uma celebridade. Considerações Finais: Através deste estudo, foi possível observar que a banalização da saúde mental ainda é frequente nos dias atuais, especialmente nas redes sociais e apesar das campanhas de conscientização. Isso pode ser observado através do discurso dos internautas no mês de setembro, durante a campanha do Setembro Amarelo e no mês anterior, que utilizaram a plataforma para a divulgação de memes ou posts que incentivavam o suicídio. Também foi possível notar que as discussões referentes à saúde mental tiveram início através do compartilhamento de relatos, embora ocorressem também por meio de posts sobre a campanha do Setembro Amarelo, ainda que sob a perspectiva de serem superficiais pois não se aprofundam na efetividade do conteúdo produzido. Diante disso, entende se a importância de que mais estudos sejam feitos a fim de avaliar a percepção dos usuários quanto às campanhas de setembro amarelo, bem como a efetividade destas na conscientização dos indivíduos. |
Palavras-chave: | Saúde Mental Setembro Amarelo Banalização |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | UNIVERSIDADE CESUMAR |
Sigla da Instituição: | UNICESUMAR |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/11229 |
Data do documento: | 24-Jan-2025 |
Aparece nas coleções: | XII Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica e V Mostra Interna de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação |
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Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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905540.pdf | Trabalho apresentado na XII Mostra Interna de Iniciação Científica e V Mostra Interna de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (28 a 31 de outubro de 2024) | 124.38 kB | Adobe PDF | ![]() Visualizar/Abrir |
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