A INTERCULTURALIDADEDO LOGOS: A ESTRATÉGIA APOLOGÉTICA DE JUSTINO MÁRTIR SOBRE A REVELAÇÃO DIVINA

Abstract

Esse trabalho apresenta os primeiros resultados de uma investigação sobre a estratégia apologética de Justino Mártir (c. 103 –165 d.C.)para explicar a revelação divina. Após ter conhecido várias escolas filosóficas, esse pensador oriundo de Flávia Neápolis (Palestina), parece ter se convencido de ter encontrado no cristianismo a verdade que procurava. Suas Apologias,em defesa dos cristãos denunciados e mortos durante o período do imperador Antonino Pio (138 –161 d.C.),e seu Diálogo com Trifão serão objeto dessa análise.Esse pensador se empenhou em defender os cristãos dos ataques e calúnias que sofriam.Seu plano apologético inclui uma significativa articulação entre elementos da cultura greco-romana e um viés cristão dotado de certo grau de originalidade. Justino, convicto seguidor das ideias cristãs, toma o desafio de se valer de comparações culturais para explicar as razões da fé cristã. Um desses aspectos envolve de modo ímpar o seu discurso acerca da revelação através do Logos. Nome comum à reflexão de vários filósofos antes dele e ao Quarto Evangelho, o Logos é teorizado por esse apologista como revelador que concede “sementes” da verdade aos homens. Por isso, busca-se analisar como a concepção do Logos revelador pode promover um grau de interculturalidade entre os povos, segundo o pensamento de Justino.Aplicar-se-á uma análise semiótica do discurso associada a uma revisão de bibliografia sobre o assunto para o cumprimento desse objetivo. Espera-se com esse trabalho compreender qual seria a representação dessa nova elaboração diante dos problemas socioculturais envolvendo os cristãos e os outros em seus vários atritos no II século.