Potencial Nutritivo e Terapêutico de Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCs): Uma Revisão de Leitura.

Abstract

A biodiversidade brasileira é conhecida mundialmente como uma das mais abundantes do planeta, porém o sistema de monocultura tem focado em culturas específicas como a cana-deaçúcar, o café e, atualmente, a soja acarretando em um baixo aproveitamento de diversas espécies nativas com potencial nutricional. Um exemplo são as Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCs) que têm mostrado ser uma alternativa importante para uma alimentação mais equilibrada, mais saudável e mais sustentável. O conhecimento sobre o manejo, cultivo, consumo e preparação desses vegetais foi adquirido por pais e avós e repassados para filhos e netos. Estudos demonstram que essas plantas possuem efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios, antimicrobianos e anticancerígenos e que essas ações são, devido aos constituintes fitoquímicos, como compostos fenólicos, vitaminas, carotenoides, flavonoides e minerais. Diante disso, esse estudo foi desenvolvido mediante uma revisão bibliográfica sobre o potencial nutritivo das PANCs, apresentando também eventuais propriedades terapêuticas pertencentes a elas. Foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados Scielo e Portal de Periódicos da CAPES, no período entre 2009 e 2019. As palavras-chave utilizadas a princípio foram “PANCs”, “Plantas não convencionais”, “Plantas alimentícias”, “Composição nutricional de plantas” e “Potencial nutritivo”. Foram critérios de exclusão: artigos publicados antes de 2009, artigos que não se referiam a plantas do território brasileiro e os que descreviam plantas que não eram PANCs. Foram encontrados 1104 artigos e após a seleção final restaram 29 artigos que foram utilizados para a execução dessa revisão sistemática. Os estudos demonstram altos teores de proteínas, fibras, compostos fenólicos, carotenoides, vitaminas, ferro, entre outros macro e micronutrientes. Essa composição garante a essas plantas potenciais terapêuticos como anti-inflamatórios, antioxidantes, antitumorais e antibacterianos. Entretanto, mais estudos precisam ser desenvolvidos para confirmar esses potenciais e para maiores esclarecimentos relativos a cuidados com cultivo, e a presença de substâncias tóxicas ou antinutricionais.