EVASÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA: A INTERPRETAÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA E OS ÍNDICES ENCONTRADOS

Abstract

A evasão escolar é um problema que está presente em todo o mundo. No Brasil, o problema atinge todos os níveis de ensino e tem sido amplamente discutido. Ainda assim os índices de evasão escolar no país são altos e demandam maiores reflexões. Diversos autores defendem a necessidade de que as pesquisas sobre o tema sejam realizadas não apenas com cunho quantitativo, mas que seja também qualitativo e visem revelar os motivos pelos quais ocorre a evasão escolar. Nessa perspectiva, realizou-se uma pesquisa de cunho qualitativo visando compreender melhor a evasão escolar na educação básica. Assim, foi realizado um estudo em dois colégios estaduais vizinhos, localizados no município de Cascavel no Paraná, objetivando conhecer os índices de evasão escolar, as causas e as medidas que vem sendo tomadas a fim de se combater o problema. Objetivou-se ainda, verificar a percepção da equipe pedagógica dos colégios sobre o tema, os possíveis indícios da ocorrência de evasão escolar e investigar o perfil do aluno evadido. Para tanto, foram realizados análise documental e entrevistas semiestruturadas. Foram analisados os registros individuais das escolas estudadas, a fim de se conhecer os índices e o perfil do aluno evadido. Foram realizadas entrevistas junto a três membros das equipes pedagógicas das escolas estudadas, sendo dois de uma escola e um de outra. Os dados foram investigados por meio de análise de conteúdo, conforme os pressupostos de Bardin (1977). Foi verificado que em um dos colégios investigados, os índices são praticamente nulos, enquanto que em outro, são bastante elevados, ainda que se trate de colégios vizinhos. Os dados revelam ainda que os participantes da pesquisa consideram a evasão escolar como um grave problema, que demanda ações para além daquelas que já vem sendo tomadas, mas que sejam formados também grupos de estudos sobre a temática, para maiores compreensões sobre os motivadores para a evasão. Os participantes consideram ainda que o aluno evade normalmente devido às questões de trabalho e assim o perfil do evadido seria de um aluno trabalhador. Os dados sugerem ainda a necessidade de que o assunto seja tratado com mais rigor dentro das instituições, para que possa ser efetivamente combatido, tendo em vista a fragilidade de algumas informações obtidas nas entrevistas em que não estão em consonância com o registro oficial. Ressalta-se ainda a existência de uma política de combate à evasão escolar na educação básica que tem sido complementada por ações governamentais nas esferas federal, estadual e municipal e que tem trazido contribuições para a minimização do problema.